Há dez anos, vim para
explicar-vos da minha preocupação frente à destruição da Floresta Amazônica. Eu
falei do fogo, do sol escaldante, dos ventos que soprariam se o homem continuar
a destruir a floresta.
Vocês me ajudaram a me deram os
meios de demarcar nossas terras ancestrais. É fato: é um território imenso,
cheio de animais para caçar, de flores e frutos. É a mais bela floresta. Antes
de tudo, a todos que nos deram dinheiro ou ajuda, eu digo, em nome do povo
Kayapo... obrigado... nambikwa... meikumbre. Estou de volta, hoje, porque minha
preocupação voltou. Eu aprendi que vocês também estão inquietos. Os grandes
ventos vieram e destruíram sua floresta. Vocês conheceram o medo que nós
conhecemos.
Eu lhes digo, se o homem
continuar a destruir a terra, os ventos voltarão com mais força... não somente
uma vez... mas várias vezes... cedo ou tarde. Esses ventos vão nos destruir.
Respiramos todos um só ar,
bebemos todos a mesma água, vivemos todos em uma só Terra. Nós devemos
protegê-la.
Aqui, a invasão recomeçou. Os
madeireiros e os mineiros a procura de ouro não respeitam a reserva. Nós não
temos os meios de proteger essa imensa floresta a qual somos guardiões por
todos.
Eu preciso do vosso apoio. E peço
antes que seja tarde.